Ela era uma estranha conhecida, mas
nada disso mudava o fato dele estar dentro dela nesse exato momento. Acima
dele, ela o olhava fixamente, com uma leve respiração e um gemido trancafiado
na garganta. Os movimentos não foram ensaiados, contudo, eram duma sincronia
incrível: ela subia e descia com ferocidade e graça e, por baixo, ele
desempenhava o seu papel, com um seio em sua boca e o outro nas mãos. Num
movimento rápido, ela encostou se na cama, a cabeça contra o colchão d’água,
apenas o esperando entrar. Dessa vez ele foi sagaz, penetrou como se aquela
fosse a última forma de prazer existente. Poucos segundos após, derramou sua
semente dentro daquele ventre de gelo e fogo. Deixou se cair no chão por alguns
minutos e se levantou: - Desculpa. E saiu do quarto de sua irmã.
Foi até a cozinha e preparou um Black
Russian, acendeu um cigarro e foi em direção ao seu quarto. Ligou seu MP4 e a
música que estava em pausa na lista de reprodução favorita era Comfortably Numb do Pink Floyd. Era
engraçado como algumas músicas caiam feito uma luva para certos momentos. A
música é algo mágico, capaz de nos liberar e anestesiar até a pior dor mental.
Sua irmã, ele praticamente não a conhecia. Filhos dos mesmos pais e uma
separação que precisou ser enfrentada logo na infância, quando ainda nem
andavam. Agora, com 21 anos, as coisas haviam mudado e os pais estavam se
aproximando novamente. Morar na mesma casa
é um grande passo, filho...
Deitado, acompanhava mentalmente a
música: and I’ve become comfortably numb...
Estava se sentido sujo, feito uma peça de sacrifício usada em vão. Nem sequer a
beijara. Agora, de duas coisas tinha certeza: o tempo passava para todos e que
a carne era fraca, não adiantava correr ou se esconder. O ato foi seco, sem
amor. Nunca havia feito isso dessa forma. Pegou o copo e virou o resto do drink
duma vez garganta abaixo. Fechou o player e procurou um número na lista de mais
chamados e ligou. Do outro lado da linha, uma voz brincalhona e confiante
atendeu:
- Alô, amor! E riu. Ele nada disse, ficou com as palavras na ponta da língua, mas
não saiam.
- Amor? É você?
Sem hesitar, ele respondeu:
- Quero terminar.
2 trocas:
Parabéns Rodrigo, está escrevendo cada vez melhor!
50 tons de SAFADEZA, né.... ¬¬O kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A narrativa tá boa, como sempre, embora contenha alguns vícios, mas falta contexto e profundidade logiacamente... U.U
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Licença pra licença poética!