Escondido nas entranhas do receio,
Desfocado e sem ânimo, ele seguia a sua vida
Azul e negra.
Encarceramento mental.
Nas águas turvas e barrentas da solidão,
Ela colecionava fragmentos cortantes dentro da alma.
Olhou além do horizonte, e
Sorriu.
O encontro não foi combinado,
Talvez até tenha sido o desencontro dos desencontrados.
Encontraram-se um noutro.
Sorrisos sinceros cheios
De abraços infinitos com muito
Amor.
terça-feira, 28 de abril de 2015
Catatonia Binária
No descompasso da maré,
Surfando na incerteza invisível e crescente,
Foi possível avistar o palco, lá longe, num horizonte distante.
Outra onda se formava.
(catatonia)
Os olhos foram fechados, e
Logo o encarceramento assumiu o controle.
A introspecção veio, juntamente com a lucidez infiel.
Catatonia.
(binária)
Enxergou o 0 (o sentiu);
Sentiu o 1 (o enxergou).
Catatonia binária.
Surfando na incerteza invisível e crescente,
Foi possível avistar o palco, lá longe, num horizonte distante.
Outra onda se formava.
(catatonia)
Os olhos foram fechados, e
Logo o encarceramento assumiu o controle.
A introspecção veio, juntamente com a lucidez infiel.
Catatonia.
(binária)
Enxergou o 0 (o sentiu);
Sentiu o 1 (o enxergou).
Catatonia binária.
sábado, 28 de março de 2015
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Caminhos e Maneiras
Caminhando deliberadamente
e sem rumo, o Viajante Temporal parecia querer esquivar-se de toda e qualquer
forma de vida. Na avenida congestionada duma sexta-feira atraente, os carros
buzinando e com motoristas xingando, as pessoas conversando e rindo em bando – outras
até com fones de ouvido e imersas em seus smartphones – e as propagandas brilhantes
nas vitrines com propostas atraentes, porém com produtos ultrapassados, ficaram
totalmente em segundo plano enquanto o nosso personagem principal estava
tentando, entre tantas outras alternativas, acabar com a sua
(vida)
dor e libertar-se de tudo. Os sons
das buzinas eram convertidos em estática mental quando captadas por ele,
enquanto as pessoas viravam apenas borrões opacos e sem foco num plano de fundo
com as luzes brilhantes num caleidoscópio psicodélico e violento.
Um
maluco descuidado e de patins trombou com ele na calçada quando estava tentando
se recuperar da manobra não muito bem sucedida, caindo logo em seguida. Com
cordões de prata enormes em forma de cifrão e os olhos pintados dum preto
intenso, o jovem loiro e gótico tateou no chão em busca do seu celular que
começara a tocar. O baque acabou despertando o Viajante, que olhou com imparcialidade
praquele jovem descuidado e continuou andando, mas agora com maior velocidade.
Entretanto, o toque do celular dele era uma música bastante marcante em sua
vida e o fez recordar, com bastante relutância, o que estava buscando.
Agora,
o seu carro estava estacionado a menos dum minuto dali, mas aqueles pensamentos
tão ínfimos o tomaram por quase uma eternidade. Sorriu e entrou no carro. Poderia mesmo ter sido uma eternidade,
pensou ele. Ligou o rádio, e adivinhem só?! A mesma música. Contemplou a
plenitude de olhos fechados e descobriu que sempre a encontraria dentro de si próprio.
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