quinta-feira, 29 de março de 2012

Simetria

2 trocas

A afirmação silenciosa era visível: o reflexo obscuro estava instável.
Por proporção, a outra sombra engolia-se automaticamente.
A verdade não mentia: não havia simetria.
Não ali.

Internamente, os sentidos estavam turvos, atrapalhando a mutação.
Uma pequena gota seria o suficiente para a catástrofe.
A face pálida dialogou em silêncio.
O eco produzido trouxe o esplendor da alvorada.

Os movimentos graciosos do feio eram belos.
A leveza nunca vista estava sendo apreciada.
Mais um ciclo havia se completado.

Diante da superação considerada impossível,
Seus lábios pronunciaram uma única palavra para o reflexo no espelho:
Simetria.

terça-feira, 6 de março de 2012

Parque dos Horrores

3 trocas
O Parque havia fechado para visitação.
O Carrossel girava solitário, exibindo o velho tom monocromático de sempre.
Almas se divertiam no local, mas a casualidade as afastou e a ferrugem foi o que restou.
O silêncio reinou.

Na Casa dos Espelhos, viam- se diversos rostos censurados.
As risadas eram ecoadas por fantasmas mudos, as lembranças.
Reflexos jaziam sem Vida nos estilhaços convidativos.
A saudade reinou.

O Caminho das Águas foi um cenário cobiçado.
Na maioria das vezes, foi calmo. Outras, nem tanto.
O rubro deixado pelos corações partidos, tomou conta da transparência antes existente.

A Roleta - um tanto convidativa -, era o escape perfeito.
Frio, o metal arrepiava todos que o tocavam e deletava aqueles que o usavam.
Seis lugares para um passageiro. Então o sangue escorreu, morno e espesso.

A paz paranóica situou- se na mente aliviada.
O único caminho era turvo e com uma doce voz repetindo a mesma frase:
"Bem- vindo ao Parque dos Horrores."